sábado, 12 de fevereiro de 2011

Até que enfim que a mensagem foi verbalizada...

«"Porque fala ele sempre da guerra?" disse Amany, 28 anos. "Qual guerra? Ninguém quer a guerra. Ninguém pensa em guerra. Os egípcios amam a paz. Nunca atacaríamos nenhum país. Para quê? Não odiamos ninguém. Só queremos viver em paz, em liberdade e em justiça. Somos um povo poderoso, mas queremos usar a nossa força para lutar contra quem nos humilha, nos tira a liberdade. E esses inimigos não estão no estrangeiro. Estão aqui no país".

Ninguém compreende a argumentação geoestratégica, a lógica tortuosa da realpolitik. "Porque estão sempre a falar do Irão, de Israel, da Arábia Saudita?", pergunta Mohamed Roshy, 31 anos, enfermeiro. "Isto é o Egipto. Porque nos dizem que Israel e o Irão são um perigo? Somos todos seres humanos. Eu não odeio as pessoas do Irão ou de Israel. Porque devemos temê-los? Que têm eles contra nós? Só queremos ter um emprego e viver em paz". Nairy tinha dito o mesmo. "Mubarak diz que nos protege da guerra. Mas de que guerra exactamente é que nos está a proteger? Ninguém sabe. Eu acho que não há guerra nenhuma".» http://www.publico.pt/, 12.02.11

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